8 de junho de 2014

"então, tudo o que é natural é bom?"

Hoje, mais do que nunca, penso que todos deveriam ler estas breves palavrinhas
da Dra. Isabel do Carmo, endocrinologista:

"Perante algumas objecções que ponho a alimentos ou produtos, oiço muitas vezes a resposta espantada: «Mas é natural!», que é repetida perante o travão ao uso do mel, ou da soja, ou do açúcar mascavado, ou ainda de «produtos à base de plantas».

Então, tudo o que é natural é bom?

Será que o cogumelo amanita phalloide é bom? Mas é natural.
E o suco das campainhas de jardim que faz parar o coração dos gatos abelhudos que as comem? No entanto, a campainha ou dedaleira é natural.
E vamos lá ver o ópio extraído das papoilas, que cobre os terrenos do Afeganistão e de outros países da Ásia. Há quem diga que é até muito bom… Tão bom que nunca mais param de aumentar a dose e depender dela. E por fim, mata. Mas mata naturalmente…
Quanto à cocaína, temos garantido o seu carácter natural e os agricultores da Colômbia podem mesmo passar um certificado.
E há coisa mais natural do que as folhas da planta do tabaco? As células bronco-pulmonares gostam tanto delas que crescem disparatadamente.
Quanto às plantas cujas bagas contêm ácido cianídrico, aí estão naturalmente espalhadas pelos campos.
E a erva do diabo, cujas bagas vermelhas nos enganam, garante morte certa ou entrada rápida nos cuidados intensivos.

(...)

Portanto, nem tudo o que é natural é bom."

Hoje, porque hoje ouvimos e vemos a toda a hora:
"é 100% natural", "não é processado", "o que é natural é que é bom".

O que é natural é bom mas nem tudo o que é natural é bom.

Colecção Coma bem, viva melhor - Campanha da revista SÁBADO

Instagram . Facebook


Sem comentários: